sexta-feira, 27 de julho de 2007

Historias do menino XII- A noite. Continuação...2

E viajando em seus pensamentos, ele foi. Até se deparar com o tão esperado lugar e mais uma vez com o rosto dela
E de repente... silêncio, sua mente havia se calado e seu coração disparava num descompasso louco, tudo sumiu e de repente era só ele e ela, cara á cara.
Ela estava com um ar de cansada, como quem não dorme há um bom tempo, porem, quando o avistou, esse ar se dissipou, sua pele ganhou mais vida e ela esboçou, correu em direção a ele e num abraço forte as lagrimas vieram novamente.
Ele estava confuso, não sabia o que dizer, não queria vê-la daquele jeito, mas não sabia o que estava acontecendo e então preferiu esperar.
Sua cabeça continuava a dar voltas quando ela levantou a cabeça do ombro dele e ameaçou falar algo, mas foi interrompida....
Ele, em um impulso doido e desenfreado, talvez o mais doido que tivera até aquele momento, ao vê-la erguer o rosto deu-lhe um beijo, mas não qualquer beijo, este era de uma intensidade que parecia que um deles iria morrer dali á pouco.
Na verdade nem ele sabia o que estava fazendo e muito menos o porquê, mas acabou fazendo, e naquele momento só isso importava.
Um pouco depois o beijo cessou, os dois se olharam e novamente... silêncio.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Historias do menino XII- A noite. Continuação...

Ele estava atravessando a porta para a tão esperada noite quando seu telefone tocou.
Ao atender deparou-se com uma voz em prantos, era ela. Pensou em se fazer de frigido, mas seu coração foi mais rápido que o raciocínio e expressou logo a preocupação que dominava seu ser.
“Preciso te ver, por favor, me encontre no nosso lugar.”
Seu peito se encheu de uma mistura louca de alegria e preocupação. ”Preciso te ver...” Isso era mais que o suficiente para mostrar sua importância na vida dela, porem pela hora e pela expressão de urgência na voz dava para se notar a seriedade do assunto.
Despediu-se apanhou sua carteira e chaves, e arrancou em rumo ao tão conhecido lugar.
Sua cabeça dava, como sempre, milhares de voltas na tentativa inútil de explicar o que estava acontecendo. Ele só conseguia em vê-la de novo, seu corpo se enchia de vida novamente e a depressão mais uma vez perdia espaço, porem, junto com tais expectativas vinha a incerteza desse novo problema, que até o momento era uma grande incógnita na vida dele.
Agora ele estava dividido entre as chances de começar a sonhar de novo ou acabar caindo em mais um pesadelo só para acordar depois, arrependido de ter tentado mais uma vez.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Historias do menino XII- A noite

A depressão finalmente bateu a sua porta. Ele não comia e quase não dormia, estava tomado por uma sensação de impotência misturada com culpa. Mais uma vez tinha perdido ela e se as coisas continuassem daquele jeito (se é que haveria alguma coisa pra continuar) isso iria acabar se tornando um habito.
Ele estava completamente perdido, não sabia o que sentia, se sentia ou se devia continuar sentido qualquer coisa, estava era precisando de um milagre, coisa que obviamente nos dias que se seguiram não aconteceu.
E lá estava ele não seu quarto, á meia-luz, vendo a hora passar, quando teve um estalo de bom-senso e decidiu mais uma vez se levantar e fazer algo de bom por ele mesmo, antes que ele terminasse de virar um farrapo humano.
A depressão estava lá e isso ele não podia ignorar, mas naquela noite era exatamente isso que faria, ia se aventurar, ia se perder e quem sabe, no final disso tudo iria se acabar se achando de novo.
Ele ia provar pra o seu ego que era capaz de se ariscar, e iria fazê-lo naquela noite.
Levantou-se da cama, tomou um bom banho, escolheu suas melhores roupas e passou um bom perfume, era a sua noite e nada poderia estragá-la.

domingo, 1 de julho de 2007

Historias do menino XI- Revolta

Mesmo após muitas lagrimas, seus olhos pareciam não se cansar de chorar, sua cabeça dava mil voltas e como sempre lá estava ele se culpando pelo que estava acontecendo.
Mas como não podia ter culpa sem saber o que estava acontecendo e justamente por não saber começava a deduzir..... deduzir que a culpa era dele.
Olhou para os girassóis caídos ali no chão em frente a porta, levantou-se ficou um tempo parado em frente a tal porta que não tivera coragem de bater, e que pelo visto nunca cruzaria, sentiu como se aquela porta fosse o estado de sua relação com ela, sempre havia algo aparentemente intransponível no meio. Ele estava começando a se cansar disso.
Virou-se deixando para traz os girassóis em frente a porta na esperança de que ela encontrasse aquelas flores e visse que ele esteve ali.
Voltou ao hotel, ainda ficaria naquela cidade até o outro dia, mas não tinha vontade de fazer nada então passou o dia inteiro no hotel e não comeu nada, não tinha espaço pra fome no seu corpo, estava todo tomado pelos pensamentos nela.
Passou o dia inteiro olhando a porta, esperando que ela entrasse e se explicasse, mas isso não aconteceu e ele acabou pegando no sono.
Acordou cedo no outro dia, só queria ir embora e fingir que nada havia acontecido, pois se pensasse bem, realmente nada havia acontecido ou pelo menos nada do que ele esperava.
Arrumou as malas, se arrumou, estava pronto para partir. Passou na portaria do hotel pagou a conta e quando estava saindo o atendente lhe chamou e entregou um bilhete, disse que uma moça tinha pedido para que fosse entregue em mãos e saiu sem deixar explicações.
Ele não pensou duas vezes e abriu o bilhete, na esperança de que ela tivesse realmente visto as flores.
“Desculpe-me”
Não havia mais nada alem disso, nem nome, nem assinatura, nada. Ele tinha certeza de que havia sido ela, mas como ela não deixou nenhuma explicação, como ela não deixou nada? Sua cabeça recomeçou a dar voltas.
Ligou para ela imediatamente, tinha que entender o que significava aquilo, porem novamente o telefone chamou, chamou e ninguém atendeu.
Ficou revoltado e não queria mais pensar, pensar nela ou naquilo tudo, resolveu ir embora assim mesmo, pegou suas coisas e foi em direção ao ponto de ônibus recomeçar a sua viagem, só que agora no sentido oposto, sua viagem de volta.
Entrou no primeiro ônibus que apareceu, sentou-se, fechou os olhos e desejou mais que tudo..... esquecer!