domingo, 1 de julho de 2007

Historias do menino XI- Revolta

Mesmo após muitas lagrimas, seus olhos pareciam não se cansar de chorar, sua cabeça dava mil voltas e como sempre lá estava ele se culpando pelo que estava acontecendo.
Mas como não podia ter culpa sem saber o que estava acontecendo e justamente por não saber começava a deduzir..... deduzir que a culpa era dele.
Olhou para os girassóis caídos ali no chão em frente a porta, levantou-se ficou um tempo parado em frente a tal porta que não tivera coragem de bater, e que pelo visto nunca cruzaria, sentiu como se aquela porta fosse o estado de sua relação com ela, sempre havia algo aparentemente intransponível no meio. Ele estava começando a se cansar disso.
Virou-se deixando para traz os girassóis em frente a porta na esperança de que ela encontrasse aquelas flores e visse que ele esteve ali.
Voltou ao hotel, ainda ficaria naquela cidade até o outro dia, mas não tinha vontade de fazer nada então passou o dia inteiro no hotel e não comeu nada, não tinha espaço pra fome no seu corpo, estava todo tomado pelos pensamentos nela.
Passou o dia inteiro olhando a porta, esperando que ela entrasse e se explicasse, mas isso não aconteceu e ele acabou pegando no sono.
Acordou cedo no outro dia, só queria ir embora e fingir que nada havia acontecido, pois se pensasse bem, realmente nada havia acontecido ou pelo menos nada do que ele esperava.
Arrumou as malas, se arrumou, estava pronto para partir. Passou na portaria do hotel pagou a conta e quando estava saindo o atendente lhe chamou e entregou um bilhete, disse que uma moça tinha pedido para que fosse entregue em mãos e saiu sem deixar explicações.
Ele não pensou duas vezes e abriu o bilhete, na esperança de que ela tivesse realmente visto as flores.
“Desculpe-me”
Não havia mais nada alem disso, nem nome, nem assinatura, nada. Ele tinha certeza de que havia sido ela, mas como ela não deixou nenhuma explicação, como ela não deixou nada? Sua cabeça recomeçou a dar voltas.
Ligou para ela imediatamente, tinha que entender o que significava aquilo, porem novamente o telefone chamou, chamou e ninguém atendeu.
Ficou revoltado e não queria mais pensar, pensar nela ou naquilo tudo, resolveu ir embora assim mesmo, pegou suas coisas e foi em direção ao ponto de ônibus recomeçar a sua viagem, só que agora no sentido oposto, sua viagem de volta.
Entrou no primeiro ônibus que apareceu, sentou-se, fechou os olhos e desejou mais que tudo..... esquecer!

2 comentários:

Livia R disse...

esquecer esse podia ser um botão, como o deletar do computador...a vida seria mais fácil!
o texto tá lindo
te amo

Unknown disse...

Adorei...